Martha Medeiros – A Dama da Renda

Do entrelaçamento simultâneo e em todas as direções da trama e do urdume surgem desenhos e um tecido que denominamos renda. Nada poderia ser tão similar a sua dama, Martha Medeiros, que através da união do artesanal e do contemporâneo trouxe de volta o luxo a renda e a tirou do posto de “toalha de mesa”.

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Tecido este cuja origem é disputada pela França, Bélgica e Itália, e que possui em uma de suas versões algo bem semelhante ao que Martha Medeiros conduz com maestria. A mulher do pescador que esperava o seu marido perdido no mar, e que para aliviar o desespero começa a passar fios entre as malhas de uma rede vendo surgir desenhos, nos lembra e muito as rendeiras das cooperativas às margens do Rio São Francisco. Com estas guerreiras que Martha trabalha, bate-papo e discute novas técnicas.

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Da loja própria em região nobre de São Paulo ao município de Piranhas (280 kms de Maceió) aonde busca a sua matéria-prima, Martha como a trama e o urdume que abrangem direções distintas (largura e comprimento), une dois paradoxos: o luxo e o rústico. O tecido que a encanta não só a possibilita ser um grande nome no mundo da Moda brasileira rumo ao mercado internacional, como também, a responsável pelo trabalho social e esperança de uma vida melhor para as integrantes das cooperativas.

As rendas se diferenciam de acordo com os locais onde são feitas e que lhes rendem nomes como renda de Bruxelas. Quando trabalhadas manualmente podem ser feitas com agulhas (ponto de Veneza, por ex.) ou com Bilros (Valencianas, por ex.). As industrializadas permitem o uso de tecidos finos como a seda até os mais grossos como o algodão. Há rendas feitas até mesmo de fios de ouro.

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